sexta-feira, 8 de abril de 2011

FOTOGRAFAR...

Não há pergunta melhor para se começar uma “discussão” sobre fotografia do que: o que é fotografar? Independente de qualquer coisa que habite o nosso imaginário vamos ao fiel Aurélio:

Verbete: fotografia [De foto- + -graf(o)- + -ia.] S. f.

1. Processo de formar e fixar sobre uma meu lsão fotossensível a imagem dum objeto, e que compreende, usualmente, duas fases distintas: na primeira, a emulsão é impressionada pela luz, e sobre ela se forma, por meio dum sistema óptico, a imagem do objeto; na segunda, a emulsão impressionada é tratada por meio de reagentes químicos que revelam e fixam, permanentemente, a imagem desejada.

2. Imagem obtida por esse processo: [F. red. (nessa acepç.): foto; sin.: retrato.]

3.Fig. Cópia fiel; reprodução exata.

Vamos pensar na origem da palavra fotografia, que talvez seja a melhor definição de que precisamos. Fotografia vem do grego φως [fós] ("luz"), e γραφις [grafis] ("estilo", "pincel") ou γραφηgrafê, e significa “desenhar com luz”. Ou seja, escrever com a luz.

Por definição, fotografia é, essencialmente, a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando esta em uma superfície sensível.

Não há como não reconhecer que vivemos numa era dominada pelo visual, onde o influxo de informações é tão intenso, que já se torna necessário certa filtragem nesse mosaico multifacetado. A fotografia, hoje associada a equipamentos sofisticados e muito dispendiosos, na verdade nada mais é do que a cópia fiel da velha natureza. Assim como uma câmera, o olho humano possui uma lente (o cristalino), um obturador (a pálpebra), um sistema de abertura variável ou diafragma (pupila), e uma superfície sensível à luz (a retina).


Os músculos da pupila proporcionam ao olho uma raio de ação normal de trabalho de f:1.8 a f:12. Para ver de longe, a distância focal interna é de aproximadamente 22 mm, e o diâmetro da lente tem cerca de 10 mm. A córnea e a lente do olho trabalham em conjunto, focalizando as imagens sobre a retina fotossensível, a íris controla a quantidade de luz que penetra no olho e ainda coopera com o cristalino para produzir uma imagem clara e bem definida, atuando exatamente como o diafragma da câmera. A retina, assemelhando-se ao filme fotográfico, contém substâncias químicas que são modificadas pela luz de diferentes comprimentos de onda.

Mas, voltando à pergunta inicial, descobrimos que, prosaicamente, a definição grega parece ser a mais correta: fotografia é escrever com a luz. Até aí, tudo bem, mas escrever COMO e com o QUÊ?

O fotógrafo é, antes de tudo, um contador de histórias. Cabe a ele expressar, através de uma imagem que será única, aquele momento, aquela conjunção tempo/espaço onde tudo passou e nada parou - a não ser que tenha sido bem registrado.


E o que seria esse registro tão especial? O momento exato do pôr-do-sol? Algo mais inusitado, como um disco voador em plena luz do dia? Ou simplesmente aquela ocasião em que o seu filho deu o primeiro passo, ou quando sua filha recebeu a primeira comunhão? Todo momento é único, e alguns tornam-se mais especiais, não apenas para um pai ou mãe dedicados, mas até para a humanidade toda, como aquela célebre foto da menina Kim, queimada pelo napalm na guerra do Vietnã. Algo assim pode causar conseqüências imprevisíveis, e embora uma simples foto não mude o mundo, certamente pode ajudar no processo.


Uma boa fotografia começa antes de ser apertado o disparador. Na hora em que se escolhe o que ser quer registrar, corre-se o risco de ser influenciado por outros fatores que não apenas a luz, mas sons, odores, ambiente e até mesmo o estado de espírito da pessoa. Milhões de imagens são feitas todos os dias, de pouco ou nenhum valor a não ser para a pessoa específica que a fez, e muitas vezes nem isso.

O fotógrafo não pode se resumir a ser um mero apertador de botão, e sim um selecionador de imagens. Antes de tudo, tem que saber escolher aquilo que quer registrar. Pense primeiro, fotografe depois, dizem os mestres.

Depois de falado um pouquinho sobre o que fotografar, vamos ver alguma coisa do COMO. Antes de se pensar nas avançadíssimas câmeras de marcas famosas, temos que nos ater ao instrumento básico do fotógrafo: a luz.

Em primeiro lugar, vamos entender o que é luz. Luz é uma das formas conhecidas de energia radiante que se propaga no espaço, por meio de ondas, a uma velocidade de 300.000 km/s. É identificado pelo comprimento de onda e de frequência e é a radiação visível de vários comprimentos de ondas diferentes. No entanto, a luz é apenas uma pequena parte de uma coleção muito maior de comprimentos de onda a que damos o nome de Espectro Eletromagnético:



A luz é formada por infinitas cores. Quando uma luz branca passa por um prisma, tem como resultado uma faixa de luz decomposta em várias cores chamada "espectro visivel". As cores primárias da luz são azul, verde e vermelho. São primárias aditivas porque quando somadas com intensidades iguais produzem a luz branca. As cores amarela, magenta a ciano são cores secundarias, formadas sempre por duas cores primárias.

Essa questão das cores tem uma importância crucial para a fotografia, pois existe a cor que será percebida pela câmera, que é uma composição da luz do ambiente, e a cor que o nosso cérebro percebe. Vamos exemplificar: uma sala com paredes brancas iluminada por uma lâmpada incandescente será registrada pela câmera com tons amarelo-alaranjados, embora para nós continue a dar a impressão que é tudo branco. Para efetuar a correção de cores existem filtros e filmes especiais, mas o importante é que o fotógrafo tenha consciência da luz real que existe.

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